Durante uma entrevista na tarde desta segunda-feira (2), a mãe de uma das crianças que se afogaram na piscina de um berçário, em Goiânia, disse emocionada que acredita na recuperação do filho, mesmo que ele esteja em estado gravíssimo. “Eu sirvo um Deus de milagre e, aonde a medicina não vai, Deus vai. Sei que ele vai voltar pra mim perfeito e sadio”, declara Nivian Faleiros. Ela ainda afirmou que considera o caso uma fatalidade e não culpa os funcionários do berçário pelo acidente envolvendo o filho dela de 2 anos e um bebê de 1 ano. “Ele tão bem assistido quanto as outras 15 crianças que estão lá. Não tem nenhum histórico de alguma criança ter quebrado sequer uma unha no berçário. O que aconteceu foi uma fatalidade que poderia ter acontecido comigo e o meu filho em um momento de lazer. Quem é mãe sabe que com criança a gente não pode piscar os olhos”, ressalta.
Durante entrevista a TV Anhanguera ela pediu que as pessoas estivessem orando por esse milagre.
Gravidade
Até o início da noite desta segunda-feira, o estado de saúde do garoto de 2 anos era gravíssimo. Ele está internado no Instituto Goiano de Pediatria (Igope). A mãe do menino, Nivian Faleiros, falou sobre a situação do filho: “Ele está na UTI, está entubado, ficou mais de 15 minutos desacordado. O Samu o reanimou. Só Deus…”.
Levada para o Hospital da Criança, a menina de 1 ano também está na UTI e respira com ajuda de aparelhos. De acordo com informações dos familiares, o estado dela é grave. A garota foi a primeira a cair na piscina.
Investigação
Ainda durante a tarde desta segunda-feira, o Conselho Municipal de Educação (CME) de Goiânia afirmou que o berçário onde duas crianças se afogaram, no Setor Serrinha, não possui autorização para funcionar. Segundo o secretário geral do conselho, Lindomar Rezende Rodrigues, a unidade, que seria uma filial da escola Alegria do Saber, não poderia estar em funcionamento. “Até o presente momento, ela (a instituição) não protocolou o processo de autorização junto ao conselho”, diz o secretário geral.
Os donos do berçário, no entanto, alegam que possuem os documentos necessários. “O Conselho Municipal de Educação emitiu um documento para nós, uma declaração, que diz exatamente que a instituição está apta a funcionar. Nós somos acompanhados pelo conselho e pela própria Secretaria Municipal de Educação”, garante.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o berçário não é filiado ao órgão e a responsabilidade de fiscalizar os estabelecimentos é do Conselho Municipal de Educação. O secretário do CME afirma que os pais precisam verificar, junto ao conselho, se a instituição de ensino tem licença para funcionar.
A delegada da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Renata Vieira, responsável pelo caso, disse que, apesar dos indícios de negligência, ainda é cedo para apontar os culpados pelo acidente. “Nós temos que aguardar, primeiramente, a manifestação dos pais, para sabermos se eles querem processar os responsáveis pela creche”, explica.