A presidente Dilma Rousseff foi criticada na
abertura da 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos
LGBT por não se posicionar abertamente sobre a homofobia e por se aproximar de
segmentos evangélicos.
"Nossa presidente esteve na ONU e não teve
coragem de falar de homofobia (...) Enquanto acordo com evangélicos for feito
nas cortinas do palácio, o sangue das travetis vai continuar correndo",
disse a travesti Jovanna Baby, durante seu discurso, na presença dos ministros
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Maria do Rosário (Direitos Humanos).
Pouco depois, quando Jovanna Baby citou o
ex-presidente Lula, a plateia de cerca de 800 pessoas se levantou e começou a
gritar "Lula! Lula! Lula!". Ao final do discurso da travesti, o
público cantou "Ô, Dilma, que papelão, não se governa com religião",
o que deixou constrangidos os dois ministros.
O então presidente Lula participou, em 2008, da 1ª
conferência.
Ao tomar a palavra, Maria do Rosário afirmou que
não é justo esquecer que o trabalho da Secretaria dos Direitos Humanos,
responsável pela conferência e por outras iniciativas para o segmento, é
respaldado pela presidente Dilma.À Folha, Gilberto Carvalho disse que "o
governo age em conjunto. A publicidade [campanha de TV de combate ao
preconceito contra gays, lançada ali] é financiada pelo governo".
O evento homenageou o ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto, relator da ação que reconheceu a união
homoafetiva em maio deste ano. O ministro arrancou aplausos da plateia cada vez
que defendia a total igualdade entre homossexuais e heterossexuais.
"Procurei estudar a Constituição por todos os
ângulos, por todos os aspectos, desde o seu preâmbulo até seu último artigo,
para ver se era juridicamente acertado, irretocável, correto, reconhecer às
pessoas homoafetivas os mesmos direitos --mas todos os direitos, todos, sem
exceção-- das pessoas heteroafetivas (...) para felicidade minha, surpresa
agradabilíssima, quanto mais eu desfilava pela passarela da Constituição com a
minha alma totalmente aberta, eu só encontrava confirmação de que é um absurdo,
é uma violência, é fundamentalismo dizer que a pessoa é mais ou menos digna
pelo fato da sua orientação sexual. Não há como fazer distinção", disse
ele.
Fonte: Correio do estado | Divulgação: Midia Gospel
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